Aqui você vai encontrar algumas experiências sobre a vida, sobre a relação entre homem e mulher e discussões sobre esta relação.

domingo, novembro 04, 2007

Perguntas ao vento

Colombo apontando para o ocidente, en Port Veil-Barcelona.
Mas, porque fazemos algumas coisas e deixamos de fazer outras?
Pode ser por sermos todos estúpidos em maior ou menor grau.
Mas a alternativa de sermos comodistas (nos mantermos como estamos) deve ser considerada lado a lado com a possibilidade de sermos medrosos.
Depois de anos e anos pensando no tema, eu sei que meu problema principal é o medo, principalmente no que se refere ao novo.
O novo é uma ameaça: Nos obriga a pensar.
Nos força a querer. Nos dá vontade de deixar de querer.
Em dias de limpeza, onde vamos deixar espaço para o novo se instalar na esperança que logo logo ele se torne familiar e deixe de ser “novo” podemos inclusive encontrar com velharias que podem nos remeter novamente a emoções que nem lembrava-mos mais que as tínhamos.
Eu encontrei durante a limpeza um conjunto de memórias da primeira vez que esquiei.
Que lembranças fantásticas se escondiam naqueles trastes: Mapa de um resort no Colorado (Keystone), um par de chaves da porta do meu quarto, o ticket do teleférico que nos levava montanha acima, meu certificado de esquiador classe 2...
Gostaria que limpar a cabeça das pessoas fosse tão fácil como abrir um saco de lixo no canto do quarto e começar a atirar ali as velharias e obsoletices conforme as vamos tirando do armário.
Isso teria me poupado um longuíssimo, para dizer pouco, interrogatório sobre os meus últimos quatro anos de vida.
Porque damos tantas satisfações sobre o que fazemos, deixamos de fazer, fizemos, temos vontade fazer, etc, aos outros.
Em bom Inglês bastaria dizer “it is none of your business, thank you”.
Em mal português: Não é da sua conta e além disso não me interessa.
Infelizmente, isso nunca basta, em qualquer idioma. Este fim de semana ouvi tantas coisas que não queria... Nenhum momento realmente relax, daqueles que você até olha em volta para saber o que está acontecendo, de tão saciado de você mesmo que está.
Aiai...
Na quarta-feira matei a saudade de conversar com alguns amigos. Falei um tanto, ouvi outro tanto, bebemos, comemos, compartilhamos alguns momentos juntos.
Isso é o melhor dos amigos: Estão lá para nos ajudar a nos sentirmos vivos e parte de algo. E quando não são mais necessários se vão e deixam a sensação gostosa de que estarão por perto da próxima vez.
Já com família não tem muito jeito. Dizer que está tarde e precisa ir embora não é uma opção. Esperar que saia para ir ao banheiro para então fazer algo sem constrangimentos no máximo se resume a fazer sons com seu corpo dos quais você mesmo se envergonha.
Quero muito experimentar coisas novas, mas enquanto o medo me dominar para algumas delas vou vivendo em banho-maria, sem passar dos 100º C.
Enquanto isso os Powerpoints de auto-ajuda e as revistas vão publicando matérias que me convidam a cada parágrafo a cortar os pulsos por estar cozinhando lentamente uma vida.
Ainda bem que sou medroso, mas também me esqueço às vezes disso.
Será que vento me explicará ou responderá algo?

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